terça-feira, 2 de setembro de 2014

Estágios - primeiro emprego

A partir dos 14 anos, já se pode procurar uma vaga de estágio ou pelo programa jovem aprendiz.

Normalmente, para habilitar-se às vagas é necessário cadastrar-se no Centro de Integração Empresa-Escola - CIEE de sua região.

O primeiro emprego (ou estágio) constitui um salto no amadurecimento de cada pessoa: você sai da condição de estudante, totalmente dependente dos pais, e passa a ter sua própria remuneração, além de responsabilidades inerentes ao trabalho.

É uma experiência  importante e que proporciona essa sensação boa de poder dizer "eu trabalho na empresa tal", "eu faço tal coisa", etc.

Com remuneração própria, você pode começar a pensar em economizar para adquirir algo ou para fazer algo que você queira muito (viajar, por exemplo).

Para compreender os pais é preciso ter filhos

Tem certas coisas que a gente só vai entender de verdade depois que vivencia certas situações.

Ter filhos faz com que tenhamos preocupações que antes (quando estávamos no papel de filhos) não tínhamos:

- me irritava quando minha mãe pedia para que telefonasse pra ela caso fosse chegar um pouco mais tarde em casa

- achava um absurdo ela dar palpite nas roupas que eu queria usar, mesmo quando estava indo para uma formatura de jeans velho, camiseta e tênis

- sentia que tinha minha privacidade invadida só de saber que ela entrou no meu quarto quando eu não estava em casa


É bom de vez em quando tentar se colocar na posição do outro para tentar compreendê-lo melhor.
Estabelecer uma relação de confiança com seus pais é fundamental para que eles te deem maior liberdade.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Querida, me conta TUDO!

Se algum dia, no meio de uma conversa qualquer você ouvir a frase "Querida, me conta TUDO!", é melhor abrir os olhos e fechar a boca.

Não se conta TUDO pra ninguém. Ninguém precisa saber detalhes de sua intimidade, de seus medos, dos seus sentimentos mais profundos. Nem suas amigas, nem seu diário (alguém ainda usa isso?), nem sua mãe.

Não estou falando que você deve ser uma mistery girl cheia de segredinhos e que não troca confidências com ninguém, mas estou soando o alerta: Avalie muito bem o que revelar e para quem revelar.

Eu costumava ser um livro aberto para minhas amigas - até eu perceber que elas não o eram para mim. Teve uma vez que uma delas fez uma confidência falsa como forma de eu revelar algo verdadeiro. E eu caí e me senti super mal depois. :(

Eu costumava falar dos meus sentimentos para minha mãe. Mas no dia seguinte, meu pai usava as informações contra mim. Não era para ter chegado nele. Eu sabia que ele usaria meus medos e complexos como arma quando ele achasse apropriado.
Sabe aquela sensação de que "tudo o que você disser poderá e será usado contra você"? Era assim com meu pai. Ele soube que eu me sentia feia por ser magra demais e não ter seios ainda e no meio de uma conversa que não tinha nada a ver ele aparece com a frase "Isso é coisa de despeitada" e eu não entendi de início e ele insistiu "Isso mesmo, tuas amigas já são mocinhas e você é uma despeitada, não tem nada ainda". E eu saía chorando. Era assim que ele acabava com qualquer discussão, seja lá qual fosse o assunto, era o argumento dele para ser o último a ter a palavra.
Tudo o que eu falava pra minha mãe, ela repassava para o meu pai. Até que resolvi não falar mais. Me decidi a apenas conversar banalidades com minha mãe: programas de TV, notícias de jornal, um ou outro acontecimento, mas nada revelador, nada meu.  Era triste isso. Mas me senti mais tranquila com o silêncio.

Por falta de confiança, fiquei sem ter com quem trocar confidências. E às vezes é bom a gente ter com quem desabafar, ter para quem expor nossas dúvidas, nossos medos, nossas alegrias... Eu não tinha e até hoje penso que foi melhor assim. Melhor desabafar comigo mesma, respirar fundo e seguir em frente do que contar para alguém e aquela informação ficar me perseguindo ainda por um bom tempo. Mas eu bem que gostaria de ter tido alguém naquela época - de preferência uma mãe. Digo de preferência mãe porque amiga é amiga hoje e amanhã não se sabe, mas mãe é mãe sempre. E normalmente as mães querem o melhor para as filhas, por mais que às vezes seja difícil acreditar nisso.

Eu morria de inveja (inveja boa, viu?) de uma amiga minha que contava tudo (ou quase tudo) para a mãe dela. Elas eram confidentes, cúmplices. Ela dormia na casa do namorado, contava para a mãe e a mãe convencia o pai de que não tinha nada demais, de que era melhor ela dormir na casa do namorado do que fazer na rua (vivi em uma época em que as pessoas não carregavam câmeras nos bolsos e, sim, muitas meninas tinham sua primeira transa na rua, num matinho, na praia, etc.). Eu via a mãe dela permitir coisas que eram proibidas para a maioria das meninas da nossa idade, via a mãe dela dar conselhos que nossas mães não davam. Eu sabia que em vários momentos ela tinha chorado no colo da mãe dela - às vezes, tudo o que a gente precisa é de um colo de mãe para chorar e um cafuné de mãe para amenizar a dor...

Tudo o que eu queria era uma mãe assim: aberta ao diálogo, sem preconceitos, que sabe o que pode ser dito a outras pessoas e o que deve ficar reservado a uma conversa mãe-e-filha.

Talvez, se eu tivesse tido essa consciência antes, eu tivesse chamado minha mãe para uma conversa franca e dissesse o que eu esperava dessa relação. Talvez eu fizesse uma confidência falsa só para testar e, talvez depois, poderia me sentir à vontade para falar de tudo (ou quase tudo) com alguém. :)




Início

Primeiro post... vou começar com uma breve introdução do que será este blog (ou do que eu pretendo que se torne).

Bem, já não sou adolescente há um bom tempo, mas lembro bem dessa fase complicada da minha vida e quando um amigo está com "problemas com o filho adolescente", normalmente me pedem para falar com o "adolescente problema" para entender o que está acontecendo - talvez por ter sido muito "problemática" na minha adolescência.

Normalmente os pais acham que é algo relacionado a drogas (por que sempre acham que é isso?) e normalmente o que está pegando é a falta de uma conversa franca e de um tempo de qualidade dedicado apenas à convivência entre pais e filhos. É comum que nenhuma das duas partes se toque que o problema é esse e só o percebam depois de uma boa conversa - que é difícil de acontecer.

As revistas normalmente destinadas a adolescentes são cheias de mimimi e têm pouca informação. Boa parte das reportagens são anúncios disfarçados, outras são publicidade de artistas ou modelos outros só encheção de linguiça. Fora a previsibilidade e a repetição de assuntos com data marcada: sempre tem algo sobre espinha ou boa forma, em setembro ou outubro começa a preparação para o verão, em junho é sobre o dia dos namorados (com direito a simpatia pra santo casamenteiro - OMG!), em dezembro é sobre Natal e Ano Novo (com muitos anúncios de presentes e roupas), ocasionalmente tem algo sobre sexo (gente o que é aquilo?! normalmente tratam o sexo quase como tabu e quando tentam tratar o assunto de forma mais natural são tão superficiais que nem vale a pena ler) e enfim... nada que realmente traga informação relevante e necessária. Vou tentar fugir disso e caso caia nessa, favor me darem um puxão de orelha nos comentários - talvez eu esteja desatualizada e/ou precise de um outro ponto de vista. Opiniões são sempre bem vindas.

Esse blog não é destinado aos pais, mas se pais quiserem ler não tem problema.

Minha intenção é falar de coisas das quais fui me tocando depois da adolescência e que se eu soubesse dessas coisas naquela época teria sofrido menos, teria tido menos problemas, teria aproveitado melhor meu tempo e oportunidades, teria sido mais feliz :)

Não quero me esquecer do que passei entre meus 12 e 20 anos de idade - talvez queira esquecer de algumas coisinhas, só algumas... Não quero nunca ser incompreensiva com quem está passando por essa fase, como aqueles adultos (pais, mães, professores e outras "autoridades") que parece que nunca viveram seus anos de juventude e julgam a todos do alto de seu pedestal de sabedoria e experiência...

Então, vamos deixar de lero-lero e vamos ao que interessa.